domingo, 18 de dezembro de 2011

Dae Jang Geum


Minha vida de k-drama lover é relativamente recente, por isso é possível, e até mesmo natural, que eu desconheça certas obras que fizeram muito sucesso no passado.
É o caso de Dae Jang Geum, um verdadeiro épico da televisão coreana produzido pela MBC em 2003 e que foi um mega hit não apenas na k-dramaland, mas em vários países da Ásia, Europa, Oriente Médio (!), Oceania e até mesmo em países latinos como Peru, Colômbia, Venezuela, México, Costa Rica... (Alguém viu o Brasil na lista? É, nem eu... ¬¬).

Dae Jang Geum conta a história de uma órfã que entra no palácio da família real como aprendiz de cozinheira e acaba se tornando a primeira (e única) mulher na história da Coréia a exercer o cargo de médica oficial do Rei, recebendo o título de Dae Jang Geum (Grande Jang Geum). É importante ressaltar que, embora seja baseado numa história verídica, ocorrida no século XVI, o drama não preza pela fidelidade histórica e inventa vários fatos que nunca aconteceram na vida da moça, como sua passagem pela cozinha do palácio.  





A Jang Geum fictícia é uma menina de origem humilde que perde os pais em circunstâncias trágicas e consegue ser aceita como aprendiz da Cozinha Real. Interpretada na fase infantil pela talentosa e cute cute mega super fofa Jo Jeong Eun, a protagonista é capaz de arranjar problemas na mesma medida em que encanta com sua mente vivaz e a inteligência acima da média. Apesar do talento evidente, sua vida na cozinha não é nada fácil, já que o local onde a maior preocupação deveria ser o preparo das refeições do Rei se revela um verdadeiro ninho de cobras, onde a comida serve apenas de instrumento na luta pelo poder. 

Jang Geum é uma típica heroína de folhetim: forte, determinada, íntegra, teimosa e abnegada. Porém, com uma atuação convincente, a atriz Lee Young Ae consegue se livrar da cilada da mocinha chata emprestando o seu carisma à personagem. Não chega a ser uma interpretação brilhante (consigo imaginar qualquer outra boa atriz nesse papel), mas cabe a Young Ae (Ok, e aos roteiristas) o mérito por fazer uma protagonista tão doce e simpática.
  
Na verdade, DJG é um drama com altíssimo número de personagens interessantes por metro quadrado. 
Além da personagem-título, é impossível não amar Lady Han(Yang Mi Kyeong), a mestra severa, mas com grande coração ; Lee Yeon Saeng (Park Eun Hye), a amiga mais doce da história dos k-dramas; o engraçadíssimo casal de comerciantes que adota Jang Geum; Min Jeong Ho (Ji Jin Hee), o protótipo do homem perfeito... De mocinhos a vilões, é um show de personagens bem construídos, que crescem diante dos nossos olhos e tomam caminhos que só uma direção segura e um ótimo roteiro poderiam criar. São raríssimas as exceções, como a Rainha-mãe, que é uma autêntica mala sem alça. 


   
Além da fase infantil, DJG pode ser divida em duas grandes fases: Jang Geum cozinheira e Jang Geum médica
Na primeira, a grande estrela é a comida. A culinária é apresentada não apenas como uma arte, mas como uma verdadeira ciência. Dá uma vontade enorme de correr para a cozinha e se arriscar como mestre-cuca, mas ao longo dos episódios é possível que as cenas excessivamente detalhadas do preparo dos pratos fiquem um pouco cansativas. Na segunda, Jang Geum descobre a medicina e vira uma mistura de Madre Teresa + Marie Curie + Einstein que quase irrita com tamanha perfeição. É claro que a essa altura já estamos mais do que convencidos da inteligência e enorme talento da moça, mas ela se torna praticamente o Dr. House da dinastia Joseon.

Mas não se preocupem, porque o sucesso desse k-drama não veio por acaso. Embora seja uma série longa (54 episódios!) - o que pode soar desestimulante para pessoas maníacas obssessivas ansiosas como eu -, Dae Jang Geum é muito bem desenvolvida e conta com o trabalho inteligente de seus roteiristas, que dividiram a história em arcos interessantes e bem interligados. Vale a pena acompanhar o intenso jogo político dentro do palácio e os altos e baixos de Jang Geum em meio à ambição desmedida da família Choi.
 



Como nem só de intrigas palacianas vive o homem, é claro que não poderia faltar a parte amorosa da história. E o romance em Dae Jang Geum cresce como o próprio amor. Nasce e se desenvolve lenta e naturalmente, criando raízes sem que percebamos. E quando floresce, é mostrado com mais beleza e intensidade do que qualquer novela cheia de cenas de sexo poderia conseguir.
Eu diria que nesse quesito DJG venceu pela força da delicadeza.

Resumindo, Dae Jang Geum é um k-drama que vale a pena. Quase 10 anos depois de sua estreia continua sendo um ótimo exemplo de teledramaturgia de qualidade. E isso, na Coréia do Sul, a terra dos melhores filmes e séries do mundo, não é para qualquer um.

Beijos para todos e até a próxima. ^.^

3 comentários:

  1. Vou procurar onde baixar! Fiquei super interessada e também não conhecia esse super sucesso!
    Dramas históricos, tenho procurado assistir mais,
    njs

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